quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Monitoramento dos botos no estuário do Rio Caravelas preocupa

Desde 2002, o Instituto Baleia Jubarte vem realizando o monitoramento dos botos no estuário do Rio Caravelas e áreas adjacentes através do Projeto Boto Sotalia do Sul da Bahia. Tal projeto nasceu de uma condicionante imposta pelo IBAMA em decorrência da construção de um terminal marítimo para transporte de madeira e da dragagem do canal principal do estuário.

Foto: Banco de Imagens do IBJ.

O boto, Sotalia guianensis, é um pequeno mamífero marinho de hábitos costeiros, cuja distribuição estende-se desde Honduras na América Central até Santa Catarina no Sul do Brasil. O monitoramento tem como objetivo obter informações sobre os indivíduos avistados no Rio Caravelas e áreas vizinhas, bem como detectar variações na abundância e no uso espacial da área pelos botos, além de investigar possíveis impactos decorrentes das atividades humanas aqui desenvolvidas.

Dentre as informações levantadas até o momento, sabe-se que uma população de aproximadamente 139 botos pode ser encontrada o ano inteiro na área monitorada, concentrando-se principalmente na entrada do estuário. Estes animais passam a maior parte do tempo alimentando-se de peixes como a tainha, a manjuba, a corvina e o linguado e também de lulas e de camarões.

A frequência com que os botos vêm sendo avistados vem decaindo desde o início do monitoramento. Esta diminuição pode ser decorrente da morte de animais, decréscimo da natalidade ou abandono da área pelos animais, efeitos que podem ser ocasionados por atividades humanas como emalhamento acidental, atropelamento por embarcações, poluição sonora e alterações no habitat, atuando isoladamente ou em conjunto.

Como as respostas a determinados impactos nem sempre são imediatas e claras, e o isolamento das diversas variáveis que influenciam a dinâmica comportamental e populacional de mamíferos marinhos é geralmente complicado, atividades de monitoramento devem abranger séries temporais e esforços adequados para que conclusões sejam efetivas.

FONTE: Texto de Beatriz Barbato, Bióloga do Instituto Baleia Jubarte e Coordenadora do Projeto Boto Sotalia do Sul da Bahia, disponível no CaravelasNews.

Nenhum comentário:

Postar um comentário