A aroeira é uma espécie vegetal nativa da região e amplamente utilizada na culinária internacional, o que tem causado um considerável aumento da procura desta espécie. Em nossa comunidade quem compra é uma empresa exportadora procedente do estado do Espírito Santo. O Jornal O Samburá vem trazer novamente esta discussão, pois o texto publicado no ano passado rendeu um trabalho muito importante feito pelos alunos do 7º ano da Escola Municipal José Luiz de Souza junto com a professora de Ciências Aniela Moretti Manço. O Projeto fez parte do Programa Professores no Parque, realização do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos junto com diversos parceiros.
Durante as atividades do Projeto, os alunos fizeram uma visita ao Cepene para conhecer o Projeto Manguezal e o Viveiro de Mudas Tadeu Mussi de Andrade, recebendo noções sobre conservação da natureza. Na escola fizeram a leitura e interpretação da reportagem “Aroeira movimenta mercado nacional e internacional” publicada em Maio de 2011. Após a etapa de sensibilização, os alunos elaboram questões sobre a aroeira. Quatorze questões foram selecionadas para compor a entrevista que foi aplicada na comunidade da Barra. Após um total de 37 entrevistas, os alunos produziram gráficos, além de desenhos e rimas.
Entre os resultados obtidos, algumas questões chamaram a atenção. Entre as respostas dos entrevistados, a maioria respondeu que notou que a quantidade de aroeira diminuiu na Barra, disseram que para não diminuir a quantidade de aroeira deve-se somente cortar as pontas da árvore, no entanto, alguns responderam que cortam os galhos inteiros. Muitos não sabem pra onde vai a aroeira que o comprador leva. Com relação às dificuldades de se pegar aroeira, a maioria disse que tem medo de animais peçonhentos, de subir no pé e a distância para trazer os sacos também é ruim. Também se notou que a maioria dos entrevistados nunca ouviu falar de cooperativa de aroeira e nunca leram cartilha sobre a forma correta de se pegar.
Com a pesquisa, os alunos concluíram que é importante deixar frutos nas árvores para os pássaros se alimentarem e fazerem dispersão; cortar só as pontas dos galhos das árvores para não diminuir a quantidade de aroeira no próximo ano; que para evitar acidentes o correto é usar roupas adequadas para ir pegar aroeira e também usar um gancho, evitando subir no pé; que muitas pessoas que pegam aroeira não sabem que pode utilizá-la como tempero e que é valorizado no exterior e que é importante a organização da comunidade para aumentar o valor da aroeira e diminuir as dificuldades.
Estes resultados mostram que a comunidade da Barra necessita de mais informações para acontecer uma melhoria na atividade de coleta de aroeira e, até mesmo, para aumentar a renda, conciliando os benefícios sócio-econômicos com o manejo sustentado, pois está muito evidente que a exploração está desordenada e prejudicial. É importante também lembrar que a aroeira encontrada em nossa região é de alta qualidade, pois produzida por árvores nativas e livre de pragas e doenças. Vamos valorizar o que é nosso!
FONTE: Texto de Aniela Moretti para o Jornal O Samburá, Edição 36, aqui.
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