segunda-feira, 20 de junho de 2011

Mais sobre as baleias Jubarte

A chegada das baleias à costa baiana é esperada durante todo o ano. Em terra, estão os olhares apaixonados dos turistas e os olhares curiosos, mas não menos apaixonados, dos cientistas que buscam cada vez mais conhecer a espécie.
Nesse período, o litoral da Bahia, mais precisamente Caravelas, no extremo sul, e Praia do Forte, no norte, são áreas onde as jubartes acasalam e amamentam os filhotes.

Conhecida também como baleia corcunda, a baleia-jubarte é chamada pelos cientistas de Megaptera novaeangliae. Quando uma jubarte salta, rompendo a tranqüilidade das águas, é um espetáculo impressionante. Elevando seu corpo quase completamente fora d’água, por alguns segundos ela parece querer vencer a gravidade e alçar vôo. Neste momento suas longas nadadeiras peitorais, que chegam a medir até 1/3 de seu comprimento, poderiam ser comparáveis às asas de um pássaro.

Esta é a origem do nome Megaptera que em grego antigo significa “grandes asas”. Quem observa uma jubarte saltando fica fascinado com a beleza do espetáculo, mas com certeza ficaria ainda mais impressionado ao descobrir que aquele corpo que se projeta no ar pode pesar de 35 a 40 toneladas e medir cerca de 16 metros de comprimento.   

De acordo com a característica migratória da espécie, todos os anos, as jubartes cumprem rigorosamente a sua rota: deixam as águas gélidas da Antártida para o aconchego da costa brasileira.

No Atlântico Sul Ocidental, a principal área de reprodução desta espécie é o Banco dos Abrolhos, no litoral sul da Bahia. Nos meses de julho a novembro, estas baleias procuram as águas quentes, tranquilas e pouco profundas de Abrolhos para acasalar e dar à luz a um único filhote, que nasce após uma gestação de aproximadamente 11 meses.

A caça indiscriminada reduziu drasticamente quase todas as populações de baleias do planeta. Conhecidas pelo temperamento dócil, as baleias jubarte eram alvos fáceis da caça indiscriminada. Na época da pesca artesanal, milhares de baleias foram mortas no litoral da Bahia. Na “armação” – nome dado às instalações onde as baleias eram esquartejadas - eram retiradas a gordura e a carne. Da gordura se extraía o óleo, que era usado para iluminação de cidades brasileiras e da Europa, e também matéria-prima para a argamassa, utilizada nas construções das cidades.
Antes da caça, a população mundial de baleias jubarte totalizava cerca de 200 mil. Atualmente restam aproximadamente 25 mil indivíduos distribuídos em todos os oceanos.

Em 1966, a Comissão Internacional da Baleia (CIB) proibiu a caça de baleias jubarte e, em 1986, passou a vigorar uma moratória mundial da caça comercial de baleias. Hoje, apenas Japão, Noruega e a Islândia violam a proibição.

O Brasil aderiu à medida proibitiva em 1986 e, desde 1987 há uma lei federal que proíbe a caça de baleias em território nacional. Atualmente o País se destaca como um dos mais importantes defensores das baleias no cenário internacional.

Apesar disso, a baleia jubarte consta na Lista Ofícial de Espécies Ameaçadas de Extinção do IBAMA e do apêndice I da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Flora e Fauna Selvagens (Cites), além de constar na categoria vulnerável da World Conservation Union (IUCN).

FONTE: Com informações do Instituto Baleia Jubarte, aqui e também daqui.

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