Descoberta pode explicar por que a quantidade de detritos nos oceanos foi estabilizada nos últimos anos mesmo com o aumento da poluição
Já se conheciam bactérias que digeriam plástico em aterros e lixões. Agora, os cientistas observaram pela primeira vez bactérias marinhas realizando o mesmo trabalho no oceano. Com um microscópio eletrônico, o biólogo Tracy Mincer, do Instituto Oceanográfico Woods Hole, em Massachusetts, descobriu bactérias vivendo em buracos feitos no plástico.
O estudo, apresentado na 5ª Conferência Internacional sobre Lixo Marinho, no Havaí, Estados Unidos, analisou bactérias encontradas em sacos plásticos e pedaços de linhas de pesca no Mar dos Sargaços, na região do Atlântico Norte, onde correntes marinhas favorecem o acúmulo de detritos. Na região, estimam-se mais de 1.100 toneladas de plástico flutuando no mar.
Mistério - As bactérias podem ser a chave para um recente mistério: mesmo com o aumento da poluição, a quantidade de detritos plásticos nos oceanos vem se mantendo estável. “Mas ainda é cedo para dizer que isso é uma coisa boa. Precisamos estudar mais”, afirmou Mincer à revistaNature.
O problema são as toxinas presentes nos plásticos. Ainda não se sabe se as bactérias que digerem o plástico estão limpando os oceanos ou apenas colocando as toxinas dentro da cadeia alimentar marinha. O próximo passo da pesquisa é descobrir os subprodutos da digestão das bactérias e estudar mais amostras de plástico dos oceanos.
O estudo também chama atenção para o fato de que as bactérias que estão comendo o plástico são vibriões, mesmo grupo que causa a cólera. Ainda não se sabe se estas bactérias podem causar doenças.
FONTE: Revista Veja - Ciência.
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