quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Brasil terá novo navio oceanográfico para pesquisas minerais

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Com presença do ministro Marco Antonio Raupp, foi firmado no dia 22/10 um acordo entre o Minstério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Petrobras, a Marinha e a Vale para a construção de um dos mais modernos navios de pesquisas oceanográficas do mundo. A embarcação, avaliada em R$ 162 milhões, se somará a outros dois navios oceanográficos de grande porte que o país já possui: o Cruzeiro do Sul, da Marinha, e o Alpha Crucis, da Universidade de São Paulo (USP). O objetivo é dotar os pesquisadores brasileiros de ferramentas tecnológicas para investigar os recursos minerais e biológicos da Amazônia Azul, área do mar nacional que tem 3,6 milhões de quilômetros quadrados.
“É uma plataforma científica e tecnológica importante para fazer levantamento, explorar, ter conhecimento sobre o mar e a geologia do fundo do mar. Exploração mineral, de petróleo, tudo sob o desafio da sustentabilidade, sem destruir os recursos naturais. Para termos sucesso como potência ambiental, só poderemos fazer isso com conhecimento”, disse Raupp.
O navio está sendo construído em Cingapura e tem previsão de começar a operar em 2013. O ministro explicou que as empresas têm interesse em investir no projeto em razão da possibilidade de existência de metais preciosos no leito do oceano, o que representa segundo ele "uma nova fronteira econômica do país nesse século".
“As empresas também reconhecem que sem ciência e tecnologia não têm futuro e, por isso, estão investindo. Várias empresas estão buscando minérios no fundo do mar e o mesmo querem fazer aqui. Temos que ter meios de reconhecer [as potencialidades] para ter capacidade regulatória de como utilizar esses recursos", afirmou.
Para Janice Trotte, coordenadora-geral para Mar e Antártica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, trata-se de uma parceria que, além de inédita, poderá ser altamente produtiva, pois reúne os interesses do governo e da iniciativa privada.
"É um navio de última geração, está entre os cinco melhores do mundo, confere condições de trabalho à nossa comunidade oceanográfica ainda não experimentadas, em termos de conforto e na capacidade de gerar conhecimento", diz.
Segundo Janice, os pesquisadores brasileiros que atuam no hoje no Atlântico Sul precisam contar com o apoio de navios estrangeiros, já que o Brasil não possui plataforma de pesquisa adequada. Mas isso deverá mudar com a entrada em operação da nova embarcação. Ela explica, no entanto, que ainda serão necessários novos navios para atender à demanda na região, que é uma área muito extensa. A novo navio permitirá que os cientistas brasileiros façam explorações mais aprofundadas do leito oceânico, em busca de metais e materiais preciosos.
“Nos mantínhamos em um patamar atrás por não dispor de plataforma de infraestrutura embarcada para chegar a esse tipo de exploração. Já temos conhecimento de rochas cobaltíferas e fosforitas e diversos outros recursos minerais muito valorizados no mercado internacional. Temos esta fronteira a desbravar, jamais desenvolvida em nosso país”, disse a coordenadora.
O navio foi solicitado pela Marinha a 22 estaleiros nacionais e estrangeiros. A embarcação tem 78 metros de comprimento, autonomia de 60 dias no mar, acomoda 146 pessoas, sendo 40 a 60 pesquisadores, três laboratórios, robô com capacidade de coletar amostras no fundo marinho, podendo operar a até 5 mil metros de profundidade. O custo será dividido entre os quatro parceiros: MCTI, R$ 27 milhões, Marinha, R$ 27 milhões, Vale, R$ 38 milhões, e Petrobras, R$ 70 milhões.

FONTE: Texto de Mehane Albuquerque, Redação TN, disponível também aqui.

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